Vasinhos

O que são os vasinhos?

Os vasinhos são a principal queixa que leva às mulheres a marcar consulta com um Cirurgião Vascular. Mas o que eles são, afinal?

Os vasinhos representam a dilatação de pequenos vasos sanguíneos que ficam localizados na pele.

E, ao contrário do que muita gente pensa, eles não são o maior problema, sendo apenas a “ponta do iceberg”.

Os vasinhos e sua casa: entenda a relação

Sempre trago a analogia da infiltração na parede para explicar os vasinhos. Quando temos uma infiltração na parede de casa, sabemos que pouco adianta só descascar e pintar novamente a parede, certo?

Para um resultado efetivo, é fundamental corrigir primeiro o local do vazamento no cano antes de tentar resolver a infiltração. Então, exatamente o mesmo acontece com suas pernas: é como se os vasinhos fossem essa infiltração e as veias nutridoras são os canos internos com o vazamento.

Portanto, antes de sair por aí perdendo tempo e dinheiro com sessões de escleroterapia (conhecidas como “aplicações”) que logo perdem o efeito, consulte um(a) Angiologista de sua confiança para que seja montando um Plano de Tratamento completo, que contemplando o tratamento das veias nutridoras causadoras do problema.

E por que eu tenho vasinhos?

Os fatores de risco causadores das telangiectasias (nome científico dos vasinhos) são os mesmos que causam as varizes: genética, sexo feminino, gravidez, uso de hormônios femininos como anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal, ficar muito em pé ou sentado, sedentarismo, obesidade.

Contudo, apesar do principal fator ser a genética que – infelizmente – não podemos modificar, não desanime!

A doença pode ser muito bem controlada com os tratamentos que explicarei a seguir, mantendo suas pernas bonitas e saudáveis por muito tempo!

Como tratar os vasinhos nas pernas?

Entendido tudo isso, vamos falar um pouco sobre as técnicas que dispomos hoje para o tratamento desses indesejados vasinhos.

Escleroterapia convencional (“aplicações”)

A escleroterapia (também conhecida como “esclero” ou “aplicações”) é a injeção de substâncias no interior dos vasinhos no intuito de provocar dano às suas paredes e fechá-los. É o que o algumas pessoas chamam de “secar os vasinhos“.

Essa técnica é usada para tratar os vasinhos há muitos anos, tendo sua eficácia comprovada por diversos estudos.

Contudo, é fundamental entender que raramente a escleroterapia sozinha vai “dar conta do recado”. Ou seja: a imensa maioria das pacientes (inclusive aquelas que só conseguem perceber a “olho nu” uns vasinhos e nada mais), precisará de associação de outra técnica para alcançar um resultado efetivo e duradouro.

Talvez você até estranhe essa informação, mas, se já fez escleroterapias antes ou se conhece alguém que fez, deve ter notado que o resultado do tratamento foi piorando ao longo do tempo.

Os vasinhos começam a retornar com intervalos cada vez menores. Isso costuma trazer bastante frustração e até a percepção equivocada que os tratamentos não funcionam!

Mas o principal motivo para esse retorno precoce dos vasinhos é justamente porque a esclero sozinha não consegue tratar as veias nutridoras que expliquei acima, lembra?

E, se o tratamento é incompleto, certamente o resultado também será muito limitado.

Laser para vasinhos

Não é qualquer tipo laser que serve para tratar os vasinhos e só um(a) médico(a) treinado(a) pode aplicá-lo para obter bons resultados com a segurança de não provocar queimaduras na sua pele.

Se usado por uma pessoa não capacitada, além da possibilidade de não trazer resultados, o laser pode causar uma série de problemas como manchas, bolhas, feridas, queimaduras na pele.

Portanto, sabe aquelas canetinhas a laser que vendem na internet prometendo acabar com os vasinhos? Balela! Fuja delas porque são incapazes de te livrar desse problema.

Lembra que quando falei sobre a Escleroterapia citei que raramente ela será a única técnica usada para tratamento eficaz? Pois bem, o laser é um grande aliado da Escleroterapia.

Um potencializa o outro, permitindo que sejam tratadas as veias nutridoras e os vasinhos em um mesmo momento. Essa duplinha faz parte do que temos de mais moderno no arsenal que dispomos hoje contra a doença venosa e traz resultados mais rápidos, substituindo as cirurgias com extrema eficiência na maior parte dos casos.

E dói, Doutora?

Sempre falo que a percepção da dor varia muito de pessoa para pessoa, contudo, esses tratamentos costumam ser muito bem tolerados pela maioria das pacientes.

Na minha prática, percebo que o primeiro passo para controle da dor é confiança. Isso mesmo, é fundamental ter confiança e se sentir segura(o) com o profissional que está te tratando e conhecer quais são os passos do tratamento que está sendo realizado.

Quando o paciente se sente confortável e é explicado sobre as decisões do seu tratamento, já conseguimos reduzir bastante a percepção da dor, uma vez que o medo potencializa essa sensação pouco agradável.

Além disso, temos o auxílio do resfriador de pele (aparelho que sopra um ar gelado, promovendo anestesia local e trazendo segurança para o laser contra queimaduras).

E quanto aos cremes e comprimidos?

Seria realmente maravilhoso que apenas um creme resolvesse esse inconveniente problema, concorda?

Mas, infelizmente, isso não é possível. Essas medicações funcionam apenas como coadjuvantes em algumas fases do tratamento, trazendo mais conforto para as pacientes, porém não são capazes de eliminar o problema.

Concluindo…

Em resumo: o entendimento sobre o tratamento dos vasinhos evoluiu muito e hoje raramente a Escleroterapia convencional (“aplicações”) será usada sozinha para alcançarmos um resultado eficaz e mais duradouro. O laser é um grande aliado no combate aos vasinhos e é usado, com excelentes resultados, em mais de 85% dos tratamentos com a grande vantagem de dispensar cirurgias, repouso e afastamento das atividades.

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